História do PCdoB

O Partido Comunista do Brasil (PC-SBIC) , fundado em 25 de março de 1922, congregou sob a mesma legenda os comunistas até a cisão internacional deste movimento, ocorrida a partir do XX Congresso do Partido Comunista da URSS, em 1956, e no Brasil no V Congresso em 1960.Quando o PC do Brasil se encontrou dividido em duas tendencia. No XX Congresso, Nikita Kruschev apresenta seu "relatório secreto" com supostas denúncias contra Stalin e a defesa dos "três pacíficos", sendo considerado revisionista pelos seus oposicionistas, ensejando a divisão dos comunistas em diversos países.
No Brasil, a cisão atingiu a direção que reconstruíra o Partido dos golpes sofridos pelo Estado Novo de Vargas, surgida na Conferência da Mantiqueira, em 1943, contando com João Amazonas, Maurício Grabois, Pedro Pomar, Diógenes Arruda Câmara, entre outros, sob a liderança de Luís Carlos Prestes.

O Partido Comunista - Seção Brasileira da Internacional Comunista - PC-SBIC (1922 a 1962)

O I Congresso
O primeiro Congresso do Partido Comunista do Brasil, ocorreu nos dias 25, 26 e 27 de março de 1922, na cidade de Niterói - RJ na antiga capital, o Congresso de fundação do Partido Comunista do Brasil , teve a participação dos delegados dos grupos comunistas de Porto Alegre, Recife, São Paulo, Cruzeiro (SP), Niterói e Rio (Capital). Ausentes os representantes dos grupos comunistas de Santos e Juiz de Fora. Os vários grupos totalizaram 73 militantes. O Congresso, que contou com a presença de representantes do Birô Sul Americano da Internacional Comunista, aprovou as 21 condições de admissão do Partido à Internacional Comunista, os Estatutos do Partido e elegeu a Comissão Central Executiva (CCE). A qual era composta de dez membros (cinco titulares e cinco suplentes), assim constituída: os efetivos Abílio de Nequete (secretário-geral), Astrojildo Pereira (imprensa e propaganda), Antônio Canellas (secretário internacional), Luís Peres (frações sindicais) e Cruz Júnior(tesoureiros); e os suplentes, Cristiano CordeiroRodolfo CoutinhoAntônio de CarvalhoJoaquim Barbosa e Manuel Cendón. Decidiu, ainda, desenvolver esforços para ajudar os flagelados do Volga, na Rússia, demonstrando o espírito internacionalista proletário dos comunistas brasileiros. O Congresso encerrou-se com os delegados cantando a Internacional, hino do proletariado mundial. A revista Movimento Comunista, em sua edição de junho daquele ano, publicou as resoluções do I Congresso do PC-SBIC. E o mesmo foi publicado no Diário Oficial da União em 07 de abril de 1922 com o nome dePartido Comunista - Seção Brasileira da Internacional Comunista (PC-SBIC). No dia 22 de fevereiro 1925, foi realizada uma aConferência do Partido Comunista do Brasil. Onde esteve presentes, além dos dirigentes partidários, delegados do Rio e de Niterói. Foi discutida a organização de células de empresa e os critérios para o recrutamento de militantes. A Conferência decidiu editar A Classe Operária como órgão central do Partido. No dia 1º de maio 1925 circulou o primeiro número do A Classe Operária. Cinco mil exemplares, edição significativa para a época, foram festivamente recebidos pelos trabalhadores.

O II Congresso
Nos dias 16 a 18 de maio 1925 realizou-se o segundo Congresso do PCdoB. Além dos membros da Comissão Central Executiva, participaram delegados das organizações do Rio, Niterói, Pernambuco, São Paulo, Santos e Cubatão (SP), ficando ausentes delegados do Rio Grande do Sul. Foi debatido os relatórios das organizações regionais e central, a situação política internacional e nacional, as modificações nos Estatutos do Partido, a agitação e propaganda tendo como centro o desenvolvimento do órgão central, A Classe Operária, o trabalho do Partido nos sindicatos e decidiu criar a Juventude Comunista. Apesar de muitas decisões corretas, o Congresso também cometeu graves erros, inclusive ao considerar que a contradição fundamental no Brasil era a que opunha o capitalismo agrário feudal ao industrial moderno e subestimou a penetração do imperialismo no país.
A primeira cisão - A Dissidência Trotskista
Em meados de 1928 o Partido Comunista do Brasil sofre sua primeira cisão A Dissidência Trotskista. Quando um pequeno grupo de intelectuais Marxista rompe com as teses políticas do PC-SBIC influenciados pela crítica deLeon Trotsky e daOposição de Esquerda Internacional ao Stalinismo reinante na Internacional Comunista e no Partido Comunista da União Soviético.

O III Congresso
O Terceiro Congresso do PCdoB - Iniciou-se no dia 29 de dezembro de 1928 e prolongou-se até o dia 4 de janeiro de 1929. Participaram desse Congresso trinta e uma (31) pessoas, sendo treze (13) delegados de seis (6) organizações regionais e dois (2) da Juventude Comunista, além dos membros da direção. A ordem-do-dia do Congresso foi bastante extensa, ressaltando-se o exame da situação política e as questões relacionadas com o trabalho do Partido nos sindicatos, entre os camponeses, a Juventude Comunista, e também a situação do Partido em São Paulo. Neste Congresso ainda prevaleceram posições errôneas, inclusive confusão entre as etapas da revolução. O aspecto mais positivo do Congresso foi a adoção dosEstatutos do Partido, de acordo com o modelo da Internacional Comunista adaptado às condições do Brasil. O Congresso adotou medidas para recrutar novos militantes e ligá-los às massas, numa tentativa de tirar o Partido da condição de seita e tomá-lo uma organização viva e atuante na vida política do país.
A 1ª reorganização
Realizou-se em 11 de agosto de 1943, Conferência Nacional do Partido (Conferência da Mantiqueira), com delegados do Rio, São Paulo, Estado do Rio, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Sergipe e Paraíba. A Conferência examinou a situação política e as tarefas do Partido, a política de construção e as tarefas dela decorrentes. Elegeu, ainda, um novo Comitê Central, pois a antiga direção, bem como a organização partidária, estava praticamente esfacelada devido aos vários golpes da polícia. Esta Conferência teve enorme importância na vida partidária. Derrotou as tendências liquidacionistas e firmou a necessidade de reorganizar o Partido, assim como traçou as tarefas dos comunistas na luta contra o nazifascismo e pela declaração de guerra ao Eixo e envio de uma Força Expedicionária para lutar na Europa. Inúmeros comunistas marcharam voluntariamente para o teatro de operações na Itália e foi organizado um amplo movimento em solidariedade à FEB. no dia 1o de agosto de 1950 ,foi dado a público, o Manifesto de Agosto, do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil. Foi mais uma tentativa da direção de romper com os restos da linha oportunista de direita do período da legalidade. Apesar de conter alguns erros esquerdistas (confundia, em certa medida, as duas etapas da revolução brasileira e subestimava o papel da burguesia nacional na revolução), o Manifesto apresentou, no fundamental, uma linha revolucionária, conclamava o povo a derrocar o regime de latifundiários e grandes capitalistas a serviço doimperialismo norte-americano e constituir, para isso, um Exército popular.

O IV Congresso
Nos dias 7 a 11 de novembro de 1954 ocorreu o IV Congresso do Partido comunista do Brasil. Reunindo dezenas de delegados das diversas regiões do país, o Congresso discutiu e aprovou o novo Programa do Partido, introduziu modificações nos Estatutos e elegeu o novo Comitê Central. MarxEngelsLenin e Stalin constituíram o Presidium de Honra do Congresso. O Programa aprovado foi um esforço dos comunistas em integrarem a verdade universal do marxismo-leninismo com a prática concreta da revolução brasileira. Determinou a concentração de fogo contra o imperialismo norte-americano, a luta pela realização de uma reforma agrária radical, a formação de uma ampla frente democrática de libertação nacional visando a conquista de um governo democrático de libertação nacional. Em seus elementos essenciais, o Programa, apesar de algumas falhas, era concreto e foi amplamente difundido no país. Indicava o caminho da luta armada. Por tudo isso, o Programa, logo que se iniciou a luta ideológica contra o revisionismo após o XX Congresso do PCUS, foi atacado pelos oportunistas de direita e revogado, na prática.

O V Congresso
O V Congresso do Partido Comunista do Brasil realizou-se em setembro de 1960 Sob influência da maré revisionista mundial aprovada no XX Congresso do PCUS em 1960 em Moscou e apoiada na famosa Declaração de Março publicada em 1958 pelo Comitê Central, sob o comando de Luís Carlos Prestes. Onde profunda luta ideológica se travou entre os marxistas-leninistas e os revisionistas seguidores de Prestes, antes e durante o Congresso. Apesar da tenaz resistência oposta pelos marxistas-leninistas, o Congresso aprovou uma Resolução Política sancionando a linha oportunista de direita expressa na Declaração de Março de 1958. Foram afastados dos postos de direção quase todos os revolucionários proletários e eleito um novo Comitê Central composto, em sua esmagadora maioria, por notórios revisionistas.
A segunda cisão - Partido Comunista Brasileiro (1961)
Em 1961 a corrente revisionistas realiza uma Conferência Nacional Extraordinária aprovando um novo Programa, novo Estatuto, substitui o órgão central do partido ( A Classe Operaria) e adotando o nome de Partido Comunista Brasileiro, mantém a sigla PCB, até então usada popularmente; Uma vez que o nome era Partido Comunista - Seção Brasileira da Internacional Comunista (PC-SBIC). Prestes rompe a legalidade partidária na ânsia de se livrar da herança revolucionária, alegando criar condições para o registro legal da legenda - que afinal não foi obtido. Os marxistas-leninistas reagem contra tais mudanças sem o crivo de um congresso partidário através da "Carta dos Cem", que reivindica a realização de um congresso partidário extraordinário para validar tais alterações e critica a nova linha, acusando-a de "oportunista de direita".


A 2ª Reorganização
Os marxista-leninista rompem com a dissidência de preste,e realizar a V Conferência Nacional Extraordinária, do Partido Comunista do Brasil em 18 de fevereiro de 1962, em São Paulo; reorganiza o Partido e adotando a sigla PCdoB, e proclama-se o legítimo herdeiro e sucessor do Partido Comunista – Seção Brasileira da Internacional Comunista (PC-SBIC) que popularmente era conhecida pela sigla PCB. datando sua fundação em 25 de março de 1922.Com a participação de delegados da Guanabara, São Paulo, estado do Rio, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Esta Conferência, que teve a importância de um Congresso pelas questões que resolveu, marcou a completa ruptura dos marxistas-leninistas com o grupo revisionista de Prestes que havia usurpado a direção partidária e transformado o Partido em uma organização social democrática. Em oposição à linha revisionista do V Congresso, a Conferência aprovou o Manifesto-Programa, que traça uma linha revolucionária para o Partido; reintroduziu o Estatuto aprovado no IV Congresso; aprovou uma resolução sobre a unidade dos comunistas, firmou o princípio de que em cada país só pode existir um único partido marxista-leninista; decidiu reeditar A Classe Operária, antigo órgão central do Partido;É aprovado o rompimento com URSS e, finalmente, elegeu um novo Comitê Central. Estas históricas resoluções marcam não apenas a ruptura completa e decisiva com os revisionistas mas, também, o propósito de reorganizar a verdadeira vanguarda marxista-leninista no Brasil.Participam dessa Conferência João Amazonas,Maurício Grabois,Cãmara FerreiraMário AlvesJacob GorenderMiguel Batista e Apolônio de Carvalho.

A diretriz maoísta (1962-1969)
Enquanto o PCB abandonava definitivamente a figura de Stalin, o PCdoB manteve o ex-líder soviético como uma de suas referências teóricas (ao lado de MarxEngels e Lenin). Na mesma época a crise entre a União Soviética e a China atingiu o seu auge, quando o líder chinês Mao Tse Tung criticou o processo de desestalinização em curso na URSS, e acusou Khruschev de desvios "oportunistas" e "reformistas".
Como a direção do PCB mantinha-se rigidamente fiel a Moscou, a cisão de Mao com o restante do movimento comunista atraiu a simpatia do PCdoB, que enviou emissários a Beijing para formalizar a vinculação ideológica com as novas diretrizes ideológicas do Partido Comunista da China. A partir de então, o partido passou a aproximar-se progressivamente dos postulados maoístas, considerando apenas a China Popular e a Albânia como países comunistas, e que os demais tinham retrocedido a uma diretriz revisionista e não mais revolucionária.
Porém, a adesão ao maoísmo incluiu uma mudança nas estratégias seguidas pelo PCdoB. Seguindo o princípio da Guerra Popular Prolongada, o PCdoB assumiu o compromisso de transferir seus quadros para o campo, iniciando a formação de um exército camponês. Essa concepção de luta revolucionária contrastava tanto com as táticas tradicionais do PCB (que fiel ao "caminho pacifico se opôs à luta armada contra a Ditadura) quanto com o foquismo de novas forças como a ALN e o MR-8, que priorizavam a guerrilha urbana e o foco como forma de combater o governo militar estabelecido em 1964.
A adesão definitiva do PCdoB ao maoísmo deu-se em 1966, em seu 6º Congresso. No ano seguinte, o partido elaborou uma declaração de apoio à Revolução Cultural em curso na China. Em 1968, o PCdoB sofreu duas cisões internas: a Ala Vermelha do PCdoB (favorável à tática foquista) e o Partido Comunista Revolucionário (PCR).

A Guerrilha do Araguaia (1969-1976)
Desde 1966, o PCdoB buscava a formação de um núcleo de guerrilha no campo. A área escolhida para a irradiação do futuro exército camponês (seguindo as linhas maoístas) foi a região sul do Pará, próximo à divisa com Tocantins. Estima-se que o partido reuniu de 70 a 80 guerrilheiros na área, sob o comando do ex-militar Osvaldo Orlando da Costa (Osvaldão).
A maior parte dos efetivos da coluna guerrilheira do PCdoB (sob o nome de "Força Guerrilheira do Araguaia") era composta por estudantes secundaristas ou universitários, organizados em torno da União da Juventude Patriótica (UJP, braço juvenil do partido), profissionais liberais e operários vindos principalmente de São Paulo e Minas Gerais. Como era pequena a adesão entre habitantes locais, o partido criou a União pela Liberdade e pelos Direitos do Povo (ULDP), cujo manifesto continha a base programática da guerrilha.
Em 1971, unidades do Exército descobriram a localização do núcleo guerrilheiro e foram mobilizadas a fim de isolar a área, impedindo que sua atuação se alastrasse em direção ao norte da Amazônia. As operações de repressão à guerrilha tiveram início em 1972, com três expedições militares que mobilizaram 25 mil soldados. Sendo repelidas as duas primeiras, a terceira expedição derrotou os últimos focos de resistência. A maior parte dos guerrilheiros morreu em choque com as forças do Exército, incluindo Osvaldão e Maurício Grabois, que morre em confronto com o Exército em 25 de dezembro de 1973. Na 3ª campanha de aniquilamento, houve uma guerra suja, tortura inclusive da população civil, execução e decapitação de prisioneiros e ocultação de corpos de combatentes até os dias de hoje.
A derrota do Araguaia comprometeu a organização partidária, mas consagrou o mito da guerrilha reconhecida como a mais efetiva experiência de luta armada à Ditadura. A maior parte dos mortos na repressão do regime militar entre 1964 e 1979 foi de militantes do PCdoB. A Guerrilha do Araguaia redefiniu os planos da Ditadura para a região amazônica e a sua repressão é sistematicamente ocultada até hoje.

O abandono do maoísmo (1976-1979)

Desde o final da década de 60, a Ação Popular Marxista-Leninista (APML), um grupo oriundo da esquerda católica, tinha adotado a ideologia maoísta e se aproximado do PCdoB. A fusão dos dois grupos foi realizada em 1975, após o fim da luta armada. O PCdoB também atraiu egressos do PCBR e MR-8.
Em 16 de dezembro de 1976, o DOI-Codi-SP invade uma casa na rua Pio XI, São Paulo, assassina no local Pedro Pomar e Ângelo Arroio, mata na tortura João Batista Drumond e mantém presos até a Anistia Wladimir Pomar (filho de Pedro), Aldo ArantesHaroldo Lima e Elza Moneratt (os dois egressos da AP), episódio conhecido como o Massacre ou Chacina da Lapa. Num clima onde a oposição começa a ganhar força, a imprensa noticia, o crime choca e comove, dentro e fora do Brasil. A direção do Partido, duramente atingida, funciona até a Anistia com base num núcleo no exílio. Anos mais tarde, descobriu-se que a operação contou com a ajuda de um delator preso naquele ano, o dirigente do PCdoB Manoel Jover Teles (ex-membro do CC do PCB e ex-PCBR), que foi expulso do partido em 1983.
Desfalcado de seus principais quadros, o PCdoB começou a se reorganizar com quadros vindos da AP e a liderança pessoal de João Amazonas, que junto com Diógenes Arruda eram os últimos remanescentes do grupo que reconstruiu do Partido em 1943 na Conferência da Mantiqueira, em pleno Estado Novo, e em 1962. A morte de Arruda (em 1979) deixou Amazonas como a liderança máxima do PCdoB até sua morte.
O fracasso da guerrilha camponesa e a nova política adotada pela China a partir da morte de Mao, em 1976, levaram o PCdoB a romper totalmente com o maoísmo. Em 1978, o partido acompanhou Enver Hoxha na sua crítica aos dirigentes chineses e passou a considerar apenas a Albânia como país socialista, na condição de último baluarte do stalinismo.
Nesse período, uma cisão interna do PCdoB deu origem ao Partido Revolucionário Comunista (PRC), liderado por José Genoíno e Tarso Genro, e que mais tarde se juntaria ao Partido dos Trabalhadores (PT), ao lado da Ala Vermelha.

A reorganização partidária (1979-1987)
A adoção da linha albanesa não significou a radicalização da política do PCdoB. Em 1978, toda a esquerda tinha ação institucional através do MDB, de oposição moderada ao governo militar, o PCdoB retoma seu espaço parlamentar e elegeu seus primeiros deputados sob a clandestinidade.
Em 1979, com a Abertura política e a concessão da Anistia, o PCdoB encontrou um ambiente favorável à sua penetração no sindicalismo e nas organizações estudantis. João Amazonas regressa do exílio em 1979, e Diógenes Arruda falece de infarto no carro, a caminho de um ato político. A refundação da UNE (1979), com Aldo Rebelo marcou o início da hegemonia do partido na entidade universitária (que se mantem desde então, salvo no biênio 1987-1988). Em 1984, o PCdoB fundou aUnião da Juventude Socialista (UJS), seu braço juvenil.
Em 1980, Prestes rompe com o PCB defendendo "a reorganização do movimento comunista do Partido Comunista" na célebre Carta aos Comunistas. Abandonado à própria sorte em idade avançada, dependerá de amigos como Oscar Niemeyer para sobreviver e morrerá filiado ao PDT.
No sindicalismo, o PCdoB adotou inicialmente uma política de aliança com os sindicalistas ligados ao PCB, aderindo em 1983 à Conclat, que incluía também moderados e não-marxistas. Dessa forma, o partido se opôs à CUT (braço sindical do PT). Em 1984, o PCdoB integrou-se ao movimento das Diretas Já (formado por todos os partidos de oposição), e no ano seguinte, com a derrota da emenda Dante de Oliveira, procura Tancredo Neves buscando convencê-lo a lançar-se candidato no Colégio Eleitoral, no que coincidiam com o PCB e o MR8, candidatura decisiva para a redemocratização e a legalização dos partidos de esquerda em 1985. O PT se legalizou já em 1980. Nas eleições para a Constituinte de 1986, o PCdoB elegeu seis deputados federais, incluindo Haroldo Lima e Aldo Arantes. Destes, três foram originalmente eleitos pela legenda do PMDB, com o qual permanecia aliado, fazendo parte da base de sustentação do governo de José Sarney.

De 1987 ao Novo Programa Socialista (1995)

A crise social e econômica que se seguiu ao Plano Cruzado (1987) levou o PCdoB a romper com o PMDB. Em seu lugar, buscou uma aproximação cada vez maior com o PT e o PSB. Em 1988, os sindicalistas do PCdoB romperam com a Central Geral dos Trabalhadores e formaram a Corrente Sindical Classista, que em seguida integrou-se à CUT, estando atualmente ligado àCTB (ver Eventos recentes).
Em 1989, junto com o PSB, o PCdoB apoiou a candidatura de Lula à presidência. A aliança com o PT para as eleições presidenciais se repetiu nos pleitos de 1994, 1998, 2002 e 2006, obtendo êxito nos dois últimos, com o vice-presidente da chapa, o político e empresário têxtil José Alencar, indicado pelo PL.
Junto com o PT, o PCdoB também fez oposição acirrada ao governo Fernando Collor. O PCdoB defendeu já em 1991 defende o seu afastamento,que ocorre em setembro de 1992 com grandes mobilizações estudantis e participação da UJS, à frente juntamente da UBES e da UNE. Nessa ocasião, destacou-se a liderança pessoal de Lindberg Farias, então presidente da UNE e militante do PCdoB.
Paralelamente à adoção de uma postura mais radical internamente, o PCdoB começou a perder suas referências externas. Em 1990, um ano após a queda do Muro de Berlim, também o regime albanês desmoronou e com ele o stalinismo entrou em crise. O principal reflexo dessas mudanças foi a decisão do PCdoB, no seu 8º congresso, em 1992, com o lema O Socialismo Vive, deixa de citar Stalin como um dos "clássicos" do marxismo.
Essa decisão abriu ideologicamente o partido e permitiu a incorporação de novos militantes. O PCdoB retomou os vínculos com Cuba. Em 1995, na sua 8ª conferência, o partido aprova seu Programa Socialista. Vários intelectuais comunistas anteriormente ligados ao PCB (como Nelson Werneck Sodré e Edgard Carone) aproximaram-se do PCdoB.


O VI Congresso
O VI Congresso: Realizado em 1983, logo após a conquista da anistia, numa conjuntura de luta pela democratização do país. Aconteceu na semiclandestinidade. O Congresso analisou as mudanças estruturais e políticas ocorridas na sociedade brasileira nas últimas décadas. Fez o balanço da atividade comunista durante a ditadura militar – incluindo a análise da experiência da Guerrilha do Araguaia e da luta pelas bandeiras da "Anistia ampla, geral e irrestrita", "Fim dos atos e leis de exceção" e "Convocação da Constituinte democrática, livre e soberana". E preparou o Partido para a retomada da legalidade.


O VII Congresso
O VII Congresso: Ocorreu em maio de 1988 em São Paulo. O Partido, legal desde 1985, estava em expansão e crescimento. No plano mundial começava o fim da União Soviética. Foi examinada a reestruturação partidária na vida legal e desmascarados os objetivos anticomunistas da Perestroika russa e o papel de Mikhail Gorbatchev. No âmbito nacional explicitou que o Brasil estava sob uma encruzilhada histórica: ou trilhava por um caminho de soberania e desenvolvimento nacional, ou se aprofundaria na lama da submissão e da dependência. Seus documentos e resoluções estão no livro A política revolucionária do PCdoB.


O VIII Congresso
O VIII Congresso: Reuniu-se de 3 a 8 de fevereiro de 1992 em Brasília, numa conjuntura de crise profunda do socialismo e da teoria marxista-leninista, com partidos comunistas de vários países chegando à auto-dissolução. O PCdoB analisou a experiência soviética e voltou-se mais para a realidade e as especificidades brasileiras. Foi adotada resolução política apontando o socialismo como o objetivo da luta dos comunistas no Brasil. O país vivia o começo da aplicação do neoliberalismo, iniciada pelo governo de Fernando Collor e depois retomada e desenvolvida pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. Ver o livro O socialismo vive: documentos e resoluções do 8º Congresso do PCdoB. Em 1995 o Partido realizou sua 8ª Conferência, quando aprovou o Programa Socialista para o Brasil.


O IX Congresso
O IX Congresso: Aconteceu de 13 a 15 de outubro de 1997 em São Paulo, no apogeu da globalização neoliberal. Os comunistas concentraram-se na construção de uma ampla frente visando derrotar o neoliberalismo – enfrentar a escalada neoliberal construindo ampla frente oposicionista nacional, democrática e popular – e abrir caminho para o socialismo. Teve início a definição do tipo de partido revolucionário que é preciso construir, de princípios e feição moderna. Do Congresso saiu o livro União do povo contra o neoliberalismo: documentos do 9º Congresso do PCdoB.


O X Congresso
O X Congresso: Foi realizado de 9 a 12 de dezembro de 2001, no Rio de Janeiro. Foi a maior reunião de comunistas brasileiros. Contou com a participação de 32 representantes de partidos e organizações estrangeiras, dezenas de convidados e 821 delegados. Nele foi eleito Renato Rabelo para substituir João Amazonas na Presidência do Partido - Amazonas, às vésperas de completar 90 anos (em 1º de janeiro de 2002), passou a ser presidente de honra. O Congresso apontou para a necessidade de um novo rumo para o Brasil, com um projeto de mudanças capaz de promover a reconstrução nacional, a transformação social e a mais ampla liberdade política.


XI Congresso
O 11º Congresso Nacional do PCdoB, ocorre de 20 a 23 de outubro de 2005, na Academia de Tênis (complexo cultural e de hotelaria), em Brasília (DF), reunir cerca de 1.400 pessoas de 27 estados do Brasil, dos quais 1.100 delegados e 80 convidados estrangeiros. O Congresso aconteceu num momento de crescimento, de firmação do Partido, que completa 20 anos de legalidade.Onde se renovou a direção nacional e aprovou diversas resoluções de estruturação interna do partido.


XII Congresso
Foi realizado de 5 a 8 de novembro de 2009, em São Paulo.O congresso fez uma avaliação das conseqüências da grave crise do capitalismo,em um mundo transição quanto ao sistema de poder internacional, que conduz a uma nova realidade de forças mundial; E considerando o grande embate eleitoral de 2010, no contexto da luta em nosso país contra o neo-liberalismo, em busca da alternativa do país frente à crise e pela construção de um projeto de afirmação nacional, com desenvolvimento, soberania, integração regional, democratização política e social e defesa do meio ambiente. E aprovou um novo programa Socialista para o Brasil como também alterações no estatuto partidario,além de resoluções politicas

Eventos recentes
O PC do B desde o princípio defendeu a formação de uma frente de esquerda para lançar Lula`candidato à Presidência da República, tendo apoiado o PT nas eleições de 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006. Aliado ao PT nacionalmente e na maioria dos estados, o PCdoB registrou um aumento tímido de sua força política, mas o suficiente para manter uma bancada permanente na Câmara dos Deputados (5 representantes em 1990; 10 em 1994; 7 em 1998; 12 em 2002; 13 em 2006). Em 2000, o PCdoB elegeu a sua primeira prefeita, Luciana Santos, em Olinda (Pernambuco). Desde 2001, o partido passou a ser presidido por Renato Rabelo (ex-militante da AP), que sucedeu a João Amazonas, falecido no ano seguinte, aos 90 anos.
Com a vitória de Lula em 2002, o PCdoB pela primeira vez passou a fazer parte do governo federal, ocupando a pasta dosEsportes com Agnelo Queiroz. Essa participação foi ampliada em 2004, com a indicação de outro deputado, Aldo Rebelo, para a Coordenação Política do governo (que deixaria no ano seguinte para voltar ao Congresso e ser eleito presidente da Câmara dos Deputados). O PCdoB também conseguiu firmar sua participação no Senado, com a filiação do senador Leomar Quintanilha (ex-PMDB). Em 2005 o partido obtém a Presidência da Câmara Federal com o deputado Aldo Rebelo, após a renuncia de Severino Cavalcanti (PP-PE). Em 16 de novembro de 1992, Aldo Rebelo assumiu por um dia a Presidência da República.
Em 2006, Inácio Arruda foi eleito senador pelo Ceará com quase dois milhões de votos. O primeiro senador comunista depois de Luis Carlos Prestes, em 1946.
Apesar de crítico da política econômica do governo Lula, o PCdoB manteve seu apoio ao PT. Em 2006, o PCdoB formalizou sua participação da aliança pela reeleição do presidente Lula.
Abandona a CUT no final de 2007, para junto com o PSB e outras correntes independentes no movimento sindical fundarem aCentral dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB.
O PC do B foi anfitrião do 10º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários, de 21 a 23 de novembro de 2008, reunindo 65 partidos comunistas e operários de todo o mundo, evento até então inédito na América Latina.
Também neste ano tem a sua maior ampliação nas eleições municipais, elegendo 40 prefeitos(as), entre os quais Edvaldo Nogueira, em Aracaju, e outras cidades como Olinda (PE), Juazeiro da Bahia e Maranguape (CE).